(Oliveira Silveira)
O sinhô foi açoitar
a outra nega Fulô
- ou será que era a mesma?
A nega tirou a saia
a blusa e se pelou
O sinhô ficou tarado,
largou o relho e se engraçou.
A nega em vez de deitar
pegou um pau
e sampou nas guampas do sinhô.
- Essa nega Fulô!
- Essa nega Fulô!,
dizia intimamente satisfeito o velho pai João
pra escândalo do bom Jorge de Lima,
seminegro e cristão.
E a mãe-preta chegou bem cretina
fingindo uma dor no coração.
- Fulô! Fulô! Ó Fulô!
A sinhá burra e besta perguntou
onde é que tava o sinhô
que o diabo lhe mandou.
- Ah, foi você que matou!
- É sim, fui eu que matou
–disse bem longe a Fulô
pro seu nego, que levou
ela pro mato, e com ele
aí sim ela deitou.
Essa nega Fulô!
Essa nega Fulô!
Muito louvável e digno o engajamento do professor e poeta Oliveira Silveira, na luta pelo reconhecimento do negro enquanto cidadão, artista, intelectual etc.
Do poeta Oliveira Silveira, sabe-se muito pouco ainda, mas desse pouco, sabemos que nasceu em Rosário do Sul, município à oeste do estado do RS, em 1941. É formado em letras, professor e pesquisador, militante pela causa da integração do negro na sociedade.
Pesquisas realizadas por Oliveira Silveira acerca da morte de Zumbi, dão conta de que 20 de novembro de 1665 foi a data oficial da morte do líder dos Quilombos, motivo pelo qual escolheu-se este dia para o reconhecimento do negro enquanto cidadão.
Embora não muito divulgada, a obra de Oliveira Silveira já tem poemas traduzidos em outros idiomas, dentre eles o inglês e o alemão. Consta de suas publicações as obras “Germinou”(1977), “Banzo, saudade negra”(1970), “Pelo Escuro”(1977), “Roteiro dos Tantãs”, entre outras.
Os versos de sua linguagem produzem uma estranheza que revela uma certa malícia e ironia.
O poeta que escreveu “Outra nega Fulo”(1970) é um poeta engajado com questões da integração do negro na sociedade, assim como Jorge de Lima o era em 1928, quando escreveu “Essa Negra Fulo”.
Nota-se um constante diálogo entre os dois poemas e ambos fazem exaltação à mulher negra.
A poesia de Silveira ironiza e dialoga o tempo todo com a de Jorge de Lima.
Enquanto Silveira afirma, interroga, exclama como alguém que desabafa, Jorge apenas relata os fatos, com indignação, mas passivamente sem envolvimento efetivo.
Silveira é dotado de coragem e enfrentamento, Jorge de Lima transcorre displicente, dócil à perspectiva de uma memória de infância, quase uma crônica do nordeste escravocrata.
Ao meu ver estamos necessitados de muitas outras consciências como a Consciência Verde, a Consciência Social, a Consciência Política, a Consciência Ambiental, a Consciência da tolerância a todas as desigualdades, sem exceção.
Zumbi é na verdade um símbolo da discriminação de toda ordem, seja ela étnica, religiosa ou sexual - esta inclusive no que diz respeito à opção.
Essa nega Fulô!
Muito louvável e digno o engajamento do professor e poeta Oliveira Silveira, na luta pelo reconhecimento do negro enquanto cidadão, artista, intelectual etc.
Do poeta Oliveira Silveira, sabe-se muito pouco ainda, mas desse pouco, sabemos que nasceu em Rosário do Sul, município à oeste do estado do RS, em 1941. É formado em letras, professor e pesquisador, militante pela causa da integração do negro na sociedade.
Pesquisas realizadas por Oliveira Silveira acerca da morte de Zumbi, dão conta de que 20 de novembro de 1665 foi a data oficial da morte do líder dos Quilombos, motivo pelo qual escolheu-se este dia para o reconhecimento do negro enquanto cidadão.
Embora não muito divulgada, a obra de Oliveira Silveira já tem poemas traduzidos em outros idiomas, dentre eles o inglês e o alemão. Consta de suas publicações as obras “Germinou”(1977), “Banzo, saudade negra”(1970), “Pelo Escuro”(1977), “Roteiro dos Tantãs”, entre outras.
Os versos de sua linguagem produzem uma estranheza que revela uma certa malícia e ironia.
O poeta que escreveu “Outra nega Fulo”(1970) é um poeta engajado com questões da integração do negro na sociedade, assim como Jorge de Lima o era em 1928, quando escreveu “Essa Negra Fulo”.
Nota-se um constante diálogo entre os dois poemas e ambos fazem exaltação à mulher negra.
A poesia de Silveira ironiza e dialoga o tempo todo com a de Jorge de Lima.
Enquanto Silveira afirma, interroga, exclama como alguém que desabafa, Jorge apenas relata os fatos, com indignação, mas passivamente sem envolvimento efetivo.
Silveira é dotado de coragem e enfrentamento, Jorge de Lima transcorre displicente, dócil à perspectiva de uma memória de infância, quase uma crônica do nordeste escravocrata.
Ao meu ver estamos necessitados de muitas outras consciências como a Consciência Verde, a Consciência Social, a Consciência Política, a Consciência Ambiental, a Consciência da tolerância a todas as desigualdades, sem exceção.
Zumbi é na verdade um símbolo da discriminação de toda ordem, seja ela étnica, religiosa ou sexual - esta inclusive no que diz respeito à opção.